O que é capital de risco? O investimento direto em inovação e novas tecnologias pode oferecer retornos acima da média, mas também envolve riscos importantes
Desde a crise financeira de 2008, os juros nas principais economias permaneceram em patamares reduzidos por mais de uma década, aumentando o apetite dos investidores para ativos de risco.
Entre as tendências de investimento que ganharam força nesse cenário está o “venture capital”, também conhecido no Brasil como capital de risco, que envolve uma participação societária em empresas que estão em estágio inicial de desenvolvimento ou ainda não validaram plenamente seus modelos de negócio.
Neste artigo, vamos entender melhor essa forma de investimento, que pode gerar resultados extraordinários no longo prazo, porém envolve riscos maiores do que outras formas de investimento em renda variável, como ações.
O que é capital de risco?
É uma forma de financiamento de empresas inovadoras e com alto potencial de crescimento, em que os investidores aportam recursos para viabilizar o desenvolvimento de tecnologias “disruptivas”, ou seja, capazes de revolucionar setores tradicionais da economia e também criar novos nichos de mercado.
Você com certeza já utilizou os serviços de empresas como Google, Facebook, Netflix, Spotify, Uber, 99, iFood, Nubank, entre outras. O que elas têm em comum é o fato de terem revolucionado seus setores de atuação, com propostas altamente inovadoras e criativas.
Muitas dessas companhias, porém, nasceram na forma de “startups”, isto é, pequenas empresas que fazem uso intensivo da tecnologia para solucionar, de forma criativa e eficiente, grandes gargalos da economia.
Conhecido internacionalmente como “venture capital”, o capital de risco ganhou projeção nos últimos anos, graças à drástica redução das taxas de juros nos países mais industrializados, como EUA, Japão e a região da Europa Ocidental.
Isso incentivou a tomada de risco por parte dos investidores para conseguir obter taxas de retorno maiores. A abundância de capital disponível nas maiores economias também incentivou o fluxo para empreendimentos ainda não validados pelo mercado, ajudando no desenvolvimento de novas tecnologias e soluções.
Como funciona o capital de risco?
A inovação exige grandes aportes de capital inicial para viabilizar a pesquisa, o desenvolvimento e a implementação de novas ideias capazes de aumentar a eficiência da economia e reduzir custos, principalmente através do uso da tecnologia.
As “startups” são as grandes responsáveis por promover essas soluções e, para levantar o capital necessário às suas atividades, precisam atrair investidores que acreditem em suas propostas e estejam dispostos a financiar seu crescimento.
Para tanto, realizam rodadas de captação no mercado, a fim de apresentar suas inovações e mostrar aos investidores como seus projetos podem gerar resultados no mercado.
Para financiar uma empresa, os investidores exigem uma participação nos resultados futuros do projeto, que pode ser apenas um conceito a ser implementado ou já está operacional e foi validado pelo público. Quanto mais imaturo é o empreendimento, maior é o retorno exigido pelos investidores, em razão do risco de performance abaixo das expectativas.
Também é muito comum que as empresas e os fundos especializados em capital de risco tenham participação ativa na gestão dos negócios investidos, indicando membros para o seu conselho de administração e até sugerindo melhorias operacionais e financeiras.
Como empresas iniciantes captam recursos no mercado?
Um dos grandes gargalos do sistema financeiro para o desenvolvimento econômico é a falta de crédito destinado à inovação e a projetos de pesquisa e desenvolvimento.
As instituições financeiras tradicionais consideram que tais empreendimentos são muito arriscados e apresentam um risco de “default” (inadimplência) muito elevado, razão pela qual preferem ficar longe desse mercado ou, quando atuam no segmento, costumam exigir muitas garantias e oferecer condições de pagamento desfavoráveis.
Para superar esse cenário de escassez de crédito, as startups buscam investidores dispostos a bancar suas inovações, em troca de uma boa participação nos resultados do negócio.
Para isso, mantêm uma rede de contatos com investidores de capital de risco e realizam rodadas de captação, a fim de viabilizar o desenvolvimento dos seus projetos.
O investimento pode ser obtido desde a fase de conceito, em que o projeto ainda não está operacional, até o momento em que o empreendimento está amadurecido e pronto para alçar voos maiores, como uma venda ou até mesmo uma abertura de capital na bolsa de valores.
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